50 discos: Minha autobiografia - 7/50


V - Legião Urbana

Ano de lançamento: 1991

Gênero: rock nacional


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Track List
1 - Love Song
2 - Metal Contra as Nuvens
3 - A Ordem dos Templários

4 - A Montanha Mágica
5 - O Teatro dos Vampiros

6 - Sereníssima
7- Vento no Litoral
8 - O Mundo Anda Tão Complicado

9 - L'âge D'or
10 - Come Share My Life

Nada como postar um disco que cite você dos pés á cabeça, certo?


Pois aqui está uma obra á qual reverencio vorazmente. O "V" veio como um vendaval, derrubou tudo e a cada dia que passa demonstra em sua face negra coisas da vida que talvez nem o Renato Russo imaginasse.

Detalhes interessantes:

1 - A citação sobre cavalos-marinhos na música "Vento no Litoral" provavelmente se refere a fidelidade do casal de cavalos-marinhos, pois acreditava-se que eles ficam juntos por toda a vida. Pesquisas recentes da Faculdade de Veterinária da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, demonstram que nem sempre isso acontece;

2- A turnê de divulgação do "V" teve de ser interrompida devido a situação insustentável das crises alcoólicas do Renato;

3 - "A Montanha Mágica" também é o nome de um livro escrito por Thomas Mann em 1924, embora não haja comprovações de uma relação entre as duas obras. Também de um livro de Mann, Tônio Kroeger, é a frase citada em "Sereníssima": "Tenho um sorriso tosco, parecido com soluço (adaptado para "sorriso bobo");

4 - "L'âge d'Or" é também o título de um filme surrealista de 1930 dirigido pelo cineasta franco-espanhol naturalizado mexicano Luis Buñuel e co-dirigido pelo pintor espanhol Salvador Dalí, embora o bigodudo não seja citado nos créditos (dizem por ai que os dois tiveram um caso);

5 - "Metal Contra as Nuvens" é a música mais longa da Legião, com seus 11 minutos e 28 segundos de duração.


Esse é o primeiro disco que fiquei sabendo que a gravação foi feita com todo um clima. Renato fez questão de colocar cortinas negras, velas, luz negras e tudo o que um bom gótico gosta. Tanto que o Renato cita o "V" como o Pornography (The Cure) da Legião.
Lembro-me que descobri esse disco através do "Música para Acampamentos". Porquê? Há uma versão de 'A Montanha Mágica" que corrói qualquer metal que já foi encontrado pelo homem. E fui em busca desse disco de capa simples, mas conteúdo forte.

Pra quê????

Se você nunca chorou por alguém ouvindo "Vento no Litoral", eu já.
Se você nunca cantou "Metal Contra as Nuvens" e se colocou dentro dela, eu já.
Se você nunca ficou bobinho com "O Mundo Anda tão Complicado", eu já.
Se você nunca se frustrou ao cantar "a riqueza que nós temos, ninguém consegue perceber" em "O Teatro dos Vampiros", eu já.
Se você nunca se sentiu um bosta ouvindo "A Montanha Mágica", eu, sempre.
Se você não tem esse disco, é um sortudo. Ou ainda não teve o desprazer de se conhecer por completo.
Pra iniciar, indico só "Metal Contra as Nuvens"

E isso basta.

Por hoje e por todo o sempre, amém.

Só por hoje eu não quero mais chorar
Só por hoje eu espero conseguir
Aceitar o que passou o que virá
Só por hoje vou me lembrar que sou feliz (?)

Hoje já sei que sou tudo que preciso ser (?????)
Não preciso me desculpar e nem te convencer
O mundo é radical
Não sei onde estou indo
Só sei que não estou perdido
Aprendi a viver um dia de cada vez

Só por hoje eu não vou me machucar
Só por hoje eu não quero me esquecer
Que há algumas pouco vinte quatro horas
Quase joguei a minha vida inteira fora

Não não não não
Viver é uma dádiva fatal!
No fim das contas ninguém sai vivo daqui mas -Vamos com calma!

Só por hoje eu não quero mais chorar
Só por hoje eu não vou me destruir
Posso até ficar triste se eu quiser
É só por hoje, ao menos isso eu aprendi (?)
Yeah!

50 Discos: Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho, né? - 6/50

Vivendo e Não Aprendendo - Ira!

Ano de Lançamento: 1986

Gênero: Rock nacional

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Track list:


01 - Envelheço na Cidade
02 - Casa de Papel
03 - Dias de Luta
04 - Tanto Quanto Eu
05 -Vitrine Viva
06 - Flores em Você
07 - Quinze Anos (Vivendo e Não Aprendendo)
08 - Nas Ruas
09 - Gritos na Multidão
10 - Pobre Paulista




Posts mais abaixo eu citei o Ira! e a relação de amor que nos cerca. E nada mais justo do que inserir este disco na lista dos 50 melhores.

Este foi o primeiro disco do Ira! a alcançar disco de ouro (quase 200 mil cópias vendidas), só perdendo para o Acústico MTV (2004). E convenhamos: vender quase 200 mil discos em uma época onde a televisão nos deixava burro, muito burro demais e a propaganda aparecia como algo que iria nos domesticar nos anos seguintes, é coisa pra herói. OK, tivemos o single de "Flores em Você"tocando na novela "O Outro", da Rede Globo, mas o disco em si chamou muito a atenção do público, tanto que o show de lançamento dele reuniu mais de 40 mil pessoas na Praça do Relógio (olha, a mesma que eu citei abaixo!) na USP.


Conheci esse disco já em formato de CD. Eu tinha comprado uma coletânea (Geração Pop) e já estava quase gastando de tanto ouvir. Dai comprei um onde vinham 2 discos em 1 (Série 2 é Demais), e nele veio o Mudança de Comportamento e o disco em questão.

Porra.. discaço!

O 'Vivendo..." tem um sotaque bem paulista. Ao ouvir "Nas Ruas", o Edgard cita "...ponho o meu capote e está tudo bem..." e o próprio Edgard fala que naquela época podia estar o maior sol que os jovens colocavam suas jaquetas (capotes) e saiam pela noite.
Pra mim, nada como ouvir "Dias de Luta", "Vitrine Viva" e "Tanto Quanto Eu"... liberta, sabe? "Casa de Papel" também (e o Edgard sempre falando do Daniel).

Finalizo este disco com um grito:


"Correu o bairro afora
Não seguiu nenhum conselho
Amigos o acalmavam, porém era tudo em vão
Foi tudo por perdido, mas a honra fala alto:
Correu o bairro afora, não deu ouvidos á razão!"

50 Discos: No meio do véu do rodopio eu pude, então, nos ver!... 5/20

Zunido da Mata - Renata Rosa
Ano: 2004
Gênero: Cultura Popular
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Track List:

1. Corta O Pau
2. Mucunã
3. Sereia
4. Me Leva
5. Rosa
6. Lá Em São Paulo
7. Brilhantina
8. Pimenta Com Pitú
9. Piau
10. Pavão
11. Zunido Da Mata
12. Assentei Praça
13. Serrador
14. Ô Palmeira [Faixa Bonus]



Estava eu na Praça do Relógio (USP) fazendo uma oficina de côco, quando a Carol me mostrou este CD.
Nós já cantarolávamos alguns versos de "Brilhantina", mas eu imaginava que era uma daquelas coisas que você ouve da boca de alguém e não sabe exatamente daonde veio. Indo embora ,a Carol começou a comentar desse CD, e eu pedi que ela gravasse pra mim. No outro dia, nos encontramos e assi mque ela me repassou o CD coloquei no meu Disc-Man e fui ouvindo...
Ali, mal eu sabia mas minha vida percussiva entrava em uma nova fase.
Este CD tem algo que ainda não vi em nenhuma obra de cultura popular: simplicidade com sofisticação.
Ouvir os côcos e saber identificar exatamente todas as linhas, tanto de bombo como de pandeiro, assim como os ganzás, caxixis e maracás... fora a rabeca, simples mas direta. Quando percebi, já estava pirado.
Dia 17/05/2005 foi o primeiro show que assistimos da Renata, no Itaú Cultural. A Carol chorou o show inteiro, eu cantei o show (quase) inteiro, pq no meio ela lança aqueles cantos que ela aprendeu lá no Norte e não fazem parte do disco. Saímos do show e ,em casa, percebi que n]ao havia uma comunidade dela no orkut. Fui lá e criei :D
Ela é paulista mas fez um trabalho por longos anos com as lavadeiras do nordeste. Conheceu mestres de rabeca, cantadores e batuqueiros diversos, e hoje é referência lá fora (principalmente França) de cultura popular brasileira.
Hoje tenho o prazer de poder ir aos shows da Renata e conversarmos, pois ela agradece bastante a ajuda que a gente dá lá na comuna. E por conta dessa moça eu arranho uma rabeca véia!
Indicar apenas poucas canções é difícil.. então, ouça "Sereia" (ponto de umbanda adaptado) e "Piau".

50 Discos: Minha raiz mais sangrenta! - 4/50

Roots - Sepultura
Ano de Lançamento: 1996
Gênero: Metal (é mesmo?)

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Track List
01 - Roots Bloody Roots
02 - Attitude

03 - Cut Throat
04 - Ratamahatta
05 - Breed Apart
06 - Straighthate
07 - Spit
08 - Lookaway
09 - Dusted
10 - Born Stubborn

11 - Jasco
12 - Itsári

13 - Ambush
14 - Endangered Species
15 - Dictatorshit
16 - Canyon Jam
17 - Procreation (of the Wicked) (cover do Celtic Frost)
18 - Symptom Of The Universe (cover do Black Sabbath)




Sim, eu sou podre, qual o problema????
Este não foi o primeiro disco do Sepultura que eu ouvi, mas ao ouvir, meus tímpanos estouraram e só lembro de uma frase:

"Caralho!"

Esse disco é essencial, e não apenas para minha pessoa. Aqui, o Sepultura colocou elementos que o Metallica anos atrás buscou com o Black Álbum. Chamou o Carlinhos Brown e mostrou que a música brasileira SIM é forte e pode misturar o que quiser (e fica bom).
Ao começar a intro de "Roots Bloody Roots", algo anuncia: vem ai o melhor disco de Meta lde todos os tempos. Último disco cantado pelo Max, chama o mundo todo para a cultura indígena brasileira (eles ficaram cerca de 8 meses em uma tribo, na Amazônia) e iniciou o que hoje nós (infelizmente) conhecemos por New Metal.
Detalhe para a beleza (de verdade) da música "Itsári", canto indígena cantado na íntegra.
Você quer quebrar tudo ai na sua casa ,ou bater em pessoas no ônibus?
Você quer enfiar seu carro num poste e sair gargalhando?
Você quer mandar seu chefe tomatecrú bem gostoso?
Ouça "Attitude", "Ratamahatta" e "Symptom Of The Universe" na sequência. Nada irá ficar ao seu redor.
E se ficar, ouça o disco todo. Não há Torre Gêmeas que aguente!

50 Discos: Coisas muitos grandes pra esquecer - 3/50

Roberto Carlos - 1971
Gênero - MPB / Romântico
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Track List:
01 - Detalhes
02 - Como Dois E Dois
03 - A Namorada
04 - Você Não Sabe O Que Vai Perder
05 - Traumas
06 - Eu Só Tenho Um Caminho
07 - Todos Estão Surdos
08 - Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
09 - Se Eu Partir
10 - I Love You
11 - De Tanto Amor
12 - Amada, Amante




Se eu fosse escrever uma lista das melhores músicas nacionais entre os anos 60/70, O Rei estaria disparado na frente.
Esse disco rodava incessantemente na vitrola das minhas vizinhas (e eu morria de medo delas) por volta de 1985/86. Eu até sabia a ordem das músicas! (só não sabia o nome delas).
Lembro-me bem quando eu saculejava o esqueleto ao som de "Todos estão Surdos"...
Esse disco é importante pois é aquele disco que conta uma estória, sabe? Já começa com "Detalhes", que não precisa de comentários. E vai, passando por "Como Dois e Dois", "A Namorada" (lindissima música) até chegar na "Amada Amante".
Disco pra ouvir sozinho. Sabe porquê? Porque O Rei é brega, esse disco é brega, mas fala ao coração. E dificilmente seu par vai entender todo esse carinho junto de alguém... só uma boa fossa faz compreender esse disco!
Indicações? "Detalhes", "Todos Estão Surdos" e "Se Eu Partir".
Agora pegue seu copo de Blue Label (cowboy de preferência), sente-se na poltrona, coloque o disco e entenda em apenas um disco o porquê de muitos porquês da sua vida.
Não entendeu?
Você está surdo!!!!!!!!

50 Discos: Desorganizando pra reorganizar - 2/50

Tropicália ou Panis Et circenses (vários artistas)
Ano de lançamento: 1968
Gênero: Tropicalismo
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Track List:
01 - Miserere Nóbis (Gil)
02 - Coração Materno - (Caetano)
03 - Panis Et Circenses (Os Mutantes)
04 - Lindonéia (Nara Leão)
05 - Parque Industrial (Gil, Caetano, Gal, Tom Zé e Os Mutantes)
06 - Geléia Geral (Gil)
07 - Baby (Caetano e Gal)
08 - Três Caravelas (Gil e Caetano)
09 - Enquanto seu Lobo não Vem (Caetano)
10 - Mamãe, Coragem (Gal)
11 - Bat Macumba (Gil)
12 - Hino ao Nosso Senhor do Bonfim (Todos)


O que falar dele?
Por muitos considerado a grande primeira obra nacional a devastar o mundo com coisas tipicamente novas.
OK, a bossa nova tem seus méritos, claro. Mas o movimento tropicalista trouxe ao país coisas que só vi de novo com o Science trazendo para o Sul a cultura popular.
Os tropicalistas mostraram ao mundo e, principalmente á velha guarda musical brasileira que o bom humor está diretamente ligado á boa música, á arranjos perfeitos e letras simples.
Meu primeiro contato com esse disco foi quando eu estava na sede mutante de entender todo esse processo de 1965 a 1975. Comprei todos os Cd´s que eu achava pela frente d´Os Mutantes justamente pra captar a mensagem desse pessoar maluco. Dai vi esse disco na Galeria e, sem eu saber, dois meses mais tarde eu veria um remake dele no Sesc Pompéia, com direito a Serginho Batista da guitarra, Otto, Vanessa da Mata, Ceumar, Lula Queiroga e o próprio maestro Julio Medaglia (diretor musical e arranjador) juntos mostrando um pouco do que os anos 60 teve de mais brilhante..
Dica: ouça Coração Materno e tente decifrá-la.
Teste: Você já sacou o que a letra de Panis Et Circenses quer dizer?

50 Discos: Jamaica/África-tupiniquim 1/50

Os Paralamas do Sucesso - Selvagem?
Ano de lançamento: 1986
Gênero: Pop Rock
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Track List:
01 - Alagados
02 - Teerã
03 - A novidade
04 - Melô do Marinheiro
05 - Marujo (Dub/instrumental)
06 - Selvagem
07 - A Dama e o Vagabundo
08 - There´s a Party
09 - O Homem
10 - Você
11 - Teerã (Dub/instrumental)


Começo por este disco por uma questão muito importante: foi o primeiro LP a entrar na minha casa, quando eu tinha 8 anos de idade.
Meu irmão pediu de amigo secreto da escola o primeiro disco da Legião Urbana, mas a pessoa não acho ue comprou este (também, ela foi procurar disco na Mesbla! Pô, passava ali do lado do Museu do Disco e achava!)
Meu irmão ouvia quase todo dia esse disco, e eu, ali do lado, prestando atenção. Por ser muito menino, não podia mexer na vitrola e muito menos nas coisas dele, então esperava ele chegar e ir ouvir. Como de praxe, gostei mais da "Melô do Marinheiro" que tocava muito nas rádios e tem uma levada sutil, alegre, tranquila, bem pra dançar mesmo.

Ah, o cara da capa é irmão do Bi Ribeiro, baixista.

Mal eu sabia que este disco seria considerado uma espécie de atestado de maturidade da geração 80 do Rock Brasil. Conectou três matrizes importantes da música negra do (hoje falecido termo)Terceiro Mundo: Bahia, Jamaica e África. Abriu um leque de possibilidades e foi precursor da sonoridade que reinou nos anos 90.
Como o Herbert Vianna cita, “Selvagem é um marco em vários sentidos pelo fato de ele ter tido uma penetração, abrindo mercados, abrindo possibilidades de a gente expandir”. “Com o Selvagem a gente estava tentando nadar em cores nacionais. E ter um retorno tão forte pra gente significou “Uau! Que legal que tenhamos encontrado esse grau de sintonia"

Destaco desse disco as faixas Você (sim sim sim, Tim Maia na área), que é um belo d´um dub romântico, e a fúria contida na faixa-título Selvagem: guitarra distorcida, baixo linear e bateria rasgada.
Não ouviu ainda?
Tá esperaduquê?

50 melhores discos nacionais


Hoje começa uma nova etapa neste blog.


Em parceria com minha intrépida escudeira Ana, postaremos os 50 melhores discos nacionais de todos os tempos.
50 melhores discos para meninos e para meninas.
Não faremos rankings: serãos os discos que nossas pratelerias devem fazer compania, independente do dia ou situação.

Com certeza haverão repetições, mas depois vamos triar os discos e fazer uma lista apenas, com os 100 melhores discos.
Teremos, além da capa do álbum, ficha técnica resumida e um comentário pessoal sobre o disco.

20 anos depois



Quando eu era apenas um garoto de uns 14 anos, lembro que sintonizei a Transamérica (100,1 FM) e ouvi uns caras cantando uma canção bonitinha, leve, com um apelo romântico mas muito sutil.
Esses caras eram o Ira!
Aquela música ecoou durante alguns dias em meus ouvidos. Naquela época eu estava redescobrindo os primeiros discos da Legião Urbana que meu irmão colecionara (aos 12, a Legião lançava seu quarto discos, "As Quatro Estações"). Digo "redescobrindo" pois quando eu era bem mais novo meu irmão já tinha os discos anteriores, mas por um tempo ficamos sem vitrola ,e os discos ficaram restritos á casa da minha tia.
Certo dia estava eu sentado na sala ouvindo "Angra dos Reis" (do disco "Que País é Este") e o telefone tocou. Era uma menina da escola que, mais tarde, veio a ser meu primeiro amor. Estava um dia calmo, mas sem graça ,sabe? Conversamos coisas sobre a escola, trabalhos, matérias etc...Quando ela desligou, lembrei-me daquela canção que eu tinha ouvido na 100,1:

"Você me ligou naquela tarde vazia
E me valeu o dia"

Naquele momento, mal eu sabia mas o vírus Ira! me contaminou. Comecei a fuçar as coisas dessa banda que eu desconhecia, e achei coisas que eu já havia ouvido, como riffs de guitarra de "Dias de Luta" ou mesmo o famigerado "Feliz aniversário, envelheço na cidade"... todas eram do Ira! (!) e eu mal sabia.
Fui tentando conhecer coisas deles... comprei um K7 do "Clandestino" por conta da música "Tarde Vazia" e me deparei com uma banda diferente de tudo o que eu ouvi nos anos 80: n]ao tinha os teclados do RPM, os vocais femininos e a blasfêmia da Blitz, muito menos músicas pop como o Kid Abelha, nem era uma orquestra como os titãs e não tinham uma forte tendência punk/romântica/rebelde como a Legião... ali conheci os mods, conheci a cena paulista underground, conheci o que era um vocal raivoso e guitarras insandecidas e nem era o Sepultura.

Segui minha vidinha de garoto rebelde (naquela época, rebelde era sinônimo de podreira, não essa bichice de hoje em dia) ouvindo meusi Alice In Chains, Nirvana, Pearl Jam, Metallica, Soundgarden ,etc... mas o sangue do RockBR corria em minhas veias.
Fui ao primeiro show do Ira! em 94, na Broadway (danceteria da Zona Oeste), que foi quase no finalzinho da nano-turnê do "Música calma para pessoas nervosas"(1993). Eu acabara de também ver meu último show da Legião Urbana, no ginásio do Ibirapuera, lançamento do "Descobrimento do Brasil" (1994). Com relação ás bandas nacionais dos anos 80 ,eu já estava acostumado com a onda pop e as calmarias (isso pq eu não conhecia os discos mais raivosos dos Titãs!), então assistir a um show do Ira! e toda aquela força foi algo que enervou minha mente, pulsou o coração e gritou com todas as forças:

IRA!!!!!!!!!!!

tá dominado, tá tudo dominado! hehehe

Segui acompanhando o Ira! sutilmente. Mas o grande reencontro com esses caras foi em um dos meus palcos preferidos: Centro Cultural São Paulo. Você sabe o que é assistir o mesmo show sexta, sábado e domingo (duas sessões)? eu sei! Foi a turnê do disco "Isso é amor" (1999) ,em meados de Agosto de 99. Porra, que energia! a banda acabara de passar por uma fase muito ruim. O disco "Música calma..." foi apenas um tapa-buraco com a gravadora, dai em 96 lançaram o "7" que muito bem recebido, mas ainda contando com problemas de reabilitação do Nasi em relação ás drogas. Em 1998 lançaram o "Você não sabe quem eu sou", onde o Scandurra iniciou o que ele havia cantado há quase 10 anos atrás:

"Outros sons, outras batidas, outras pulsações (...)
Já estou farto do rock n´roll"


Esse flerte com a música eletrônica não foi muito bem recebido pelos fãs mais íntegros (tem aquela porra do Trair o Movimento, lembra???) mas ganhou prêmios e tudo mais. A banda estava de volta.. e com tudo.
Voltando ao CCSP, conheci lá pessoas que acompanharam uma década inteira juntos, por causa desses 4 rapazes de São Paulo. O pessoal do Fã Clube acolheu, apresentou, indicou, cantoucantouecantou junto muita cosia que eu desconhecia. Inclusive a própria banda!
Lecka, Denison, Guto, Just, Kaverna, Robson (B Master), Tati, Yagami, Gohan, Cris, Renatinha, Cris forcioni, Sussu e Pati Gnipper, Nana (Curitiba), Sandra (Londrina), Linda, Michel, Juliana, Carolinhas, Lu Negrette, Célio, Eduardo, Ida, Caio, Flávia Lexotan (e o irmão dela que eu sempre esqueço o nome!!!) e mais uma caralhada de gente que apareceu...que tempo bom, que realmente
não volta NUNCA MAIS!!!!

Bom, cheguei onde queria!
Ontem fui assistir á gravação do DVD do Edgard Scandurra, o "Amigos Invisíveis, 20 anos..."
Em 1989 o Edgard lançou seu primeiro disco solo, e, já mostrando sua virtuose musical, tocou TODOS os instrumentos do disco (deixando apenas o teclado pra sua ex-mulher, Taciana Barros, em "Abraços e Brigas"). Esse disco tem músicas lindas, arranjos perfeitos, letras densas e prima pelo sentimento, tanto de amor como de raiva, de alegria de viver. Chegando ontem no Teatro da Fecap já encontrei a Cris ,amiga de váááários shows. conversamos um pouco e ela entrou. Fiquei ali fora fumando um dos cigarros da saudade e entrei no teatro. Lá encontrei a Ida, o Caio, o Denison com sua esposa, a Lecka (puta saudade, mulher!!!!) e familia dela, fora o Gaspa que há muito não via.
Começou o show.
Cara ,tinha esquecido como o Edgard eh o melhor guitarrista que eu já vi em atividade...Outra coisa que emocionou todos ali foi ver que a maior inspiração do Edgard, seu filho Daniel ,estava tocando baixo com ele.
No disco Amigos Invisíveis o Edgard compôs uma canção instrumental chamada "Benvindo Daniel". É só violão, mas é Edgard, ou seja: não é apenas um violão! E vc imagina que, 20 anos depois, o filho do cara tá ali tocando com ele? Emocionante...

Set list forte. Fernanda Takai e nossas "Tolices", cantar "Poder, sorriso, Fama" e perceber como essa música é profética, "O dia, a semana, o mês" que cita algo perfeito para a ocasião, tanto do Ira! como a minha:

"...O que me faz tão confusoé a falta de afeto
São amigos também tão confusos
que se tornam inimigos
Amigos que se tornam inimigos..."

Ouvir também "Você não sabe quem eu sou" dentro do meu atual contexto disse muito, e essa música merece, em breve, um post só pra ela. fora "Cavalos Selvagens" e "Não Matarás" que remetem ao tempo do disco "Meninos da Rua Paulo", e claro, as canções mais lindas do Amigos Invisíveis, como Abraços e Brigas, Culto de Amor, Benvindo Daniel, Minha Mente Ainda é a Mesma e Amor em BD.
Assisti a esse show diferentemente dos outros shows do Ira! que eu fui. Ok, esse não foi um show do Ira!, mas pelo fato de 90% das canções do Ira! serem do Edgard, pra mim eh Ira!=Edgard (sem desmerecer NENHUM ex-integrante, ok?)Passou um filme na minha cabeça... justamente algo parecido com o que relatei acima... uma saudade de algo bom, de uma leveza no ar, da busca incessante pela canção perfeita, pelo show mais vibrante, pela desmonstração de reconhecimento ao artista...

Ontem foi uma revisita aos velhos tempos.

Quem me abraçou, me protegeu
Me acalmou, me engrandeceu
Quem me despiu e me cobriu

O bom e velho Rock'n Roll!

Quem me abateu e me vendeu
Me conquistou, me seduziu
Me entorpeceu e encaretou
Me converteu em pecador
E quem morreu, ressuscitou
E quem partiu depois voltou
E quem mentiu, até blefou

O bom e velho Rock'n Roll!

Depois do silêncio, a receita.


Sente-se calmamente,

coloque o teu grisol sob a luz polarizada.
Perceba a energia ao seu redor e lave as escórias com a água pré destilada.
Este passo é importante pois aquele que foge à falsa prata e ao falso ouro não merece a simpatia de ninguém.
Mais que isso.
Pois aquele que é vil, está ávido a ser malévolo e não merece a simpatia de ninguém.
Parte 2

Domine a imagem: use força inferior/ superior
Use o conhecimento com perseverança e consciência
Pratique e transmute a vontade com lealdade e sinceridade
Seja atento e assíduo
Porque a qualquer hora a qualquer momento pode estar nascendo o amor.



Astro pelo Céu em movimento





Antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio

o silêncio

Foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão

Homem-pedra-planta-bicho-flor
luz elétrica, tevê, computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor.

Melhor



um dia eu derrubo.

um dia eu subo

Apaixonado, apaixonante, paixonite aguda!

Me sinto hoje como aquele menino que ganhou aquele presente tão esperado do Papai Noel, sabe?

Efetivamente não ganhei, nem aconteceu nada... mas a sensação de força, energia, vibe (palavra do dia), amor, carinho, respeito, afeto, carisma, lealdade, compreensão e, acima de tudo, verdade, estão em mim!

Papos sobre valer a pena, espera, vôos, respeito (ás vezes, de cú é rola), fazer valer a pena ou deixar que a gente faça valer a pena, Maracatu Cearense, Crato/Fortaleza, cultura popular originalmente BRASILEIRA, terceira fila só com mulheres (e mandaram bem pra porra!), baque dedicado a mim, arranjos certeiros, pão italiano com brothers que moram no coração, cerveja, um "tinindo trincando" que bate na alma e estremece tudo ao redor, tambores, Sol no meio de uma semana fria e chuvosa, papai agora me corrigindo inglês (caralho vélho!), sorrisos, sorrisos, sorrisos, abraços bons (e alguns totalmente inusitados, mas desde sempre esperados e já ocorridos), novas composições com O parceiro para tal, telefonemas cochichados, carinho, amor...

Mano, tá foda! não caibo dentro de mim!

Não se resume a isso... o "são as pequenas coisas que valem mais" estourou hoje, e me sinto parte de tudo que me cerca.
Desejo felicidade á todos que lêem o blog...estou um poço de alegria, transbordando carinho e paz!

Uma música?

Me dê um concerto de flautas, alfaias repicando, rabecas grunindo, djembês gemendo, violas, cravos e violinos compassados acarinhando ouvidos, guitarras distorcidas e talvez eu consiga expressar 1/36 do que se passa aqui dentro...

Enquanto o digital do relógio parece avisar...

...que no balanço das horas, tudo pode mudar!


As coisas estão num ritmo muito bom.
Muito acontece, nada se paralisa.
Muitas pessoas queridas estão vencendo, sobrevivendo, aprendendo.
Eu, com essa fome de vida e sede de prazer me envolvo dentro de minhas entranhas mais profundas e grito:

"Nada mais doce do que sentir o fel vindo de dentro de você mesmo"
Gleds

Já sentiu?

070-620





A caminho...

:D

Satisfação

Tenho isso quando vejo que certas coisas funcionam. Ao começar a raspar a cabeça, percebi que eu combinava com o ar de Buda e mantenho isso há quase 3 anos. Ao inventar e mtocar percussão também.. afinal poderia eu ter ido pra guitarra, instrumento de 80% de escolha de todo adolescente revoltado.

E me satisfaço com a felicidade dos outros :)

Aqui é só uma forma de falar como estou feliz pela Jan. Ela que busca diariamente ( e eu acompanhei bons anos desse processo) seu crescimento profissional e pessoal, merece vencer após tantos tropeços e demoras em poder gritar "eu sou foda"
Pois é, Jan.. você o é!


Curiosos?

Mês que vem, mês que vem...

Circuito Cultural Paulista

"Diz o poeta
O artista vai onde o povo está
por isso cantamos
A qualquer hora, em qualquer lugar"


Foi bem isso que rolou nesse final de semana.

Viajamos pra longe levando nosso baque virado. Mais precisamente, fomos pra Paraguaçú Paulista (462 km de Sâo Paulo).
O Bloco de Pedra foi com 2 ônibus, e eu tive a árdua tarefa de ser co-piloto de uma das melhores co-pilotas que eu conheço: Letícia.

Sim! essa doida foi!

Ela está passando por aqueles momentos que nós nunca queremos passar... sabe o tal do "quem sou eu? aonde estou? onde está Wally?..." ? pois é, ela está nesse processo.
E segundo ela, uma viagen longa, com uma estrada plana e verde em todos os lados iria ajudar.

Pra complementar a viagem de ida, mais dois mosqueteiros nos acompanharam: Jota e Roberta ( Rô dormiu bastante por conta de uma dor de cabeça, mas o Jotinha em compensação nos deu ótimas doses de pensamentos importantes sobre coletiviidade ,sentimento, intenção ,ação e reação).
A viagem foi legal, fora uma chuva torrencial que quase nos obrigou a parar o carro. Mas a Lelê é filha de Ogun e não seria minha mãe, Iansã, que iria parar essa filha de Oxum.

Mandou bem! é o que eu digo: coragem não se compra, se mantém.

Chegamos lá beeeeeem tarde e fomos arrumar as pessoas em seus respectivos hotéis. Tudo certo, tudo bem certo mesmo.
A apresentação foi muuuito boa e, na minha opinião, uma da smelhores apresentações do Bloco em um passado recente. Música concisa, pessoas relaxadas, calmas... público ativo, lua cheia...

Foi do caralho.

No final da noite até me empolguei pra ir pra balada com a galera, mas o dia seguinte seria importante por conta da co-pilotagem para a Lê. Dormi meu sono de beleza e de manhã estávamos já prontos para a volta.
E que volta mais rápida!
Fomos fazendo terapia, ouvindo um trecho de estrada de música, pois a tecnologia usa bateria se elas se esgotam com o tempo. Mas foi muito bom mesmo.

Resumo:

A viagem foi muito boa, mas vejo realmente importância na ida da Letícia. Coragem de pegar 6 horas e meia de viagem, quase 1000 Km rodados de sábado a domingo, estar no mei od euma galera que ela não conhece e, por conta da timidez da Lê, acabou ficando um pouquinho mais distante.
Espero que você, Lelê, tenha realmente visto sentido em estar longe, em sentir a música como nós do Bloco sentimos... espero que você pese as coisas boas e que tudo de certo independente do caminho a ser seguido! você sabe que eu sou um filantropo por natureza quando se diz respeito a você!
Quando precisar de um ouvido alargado pra despejar lamúrias, novos apelidos ou canções novas, estoy aqui!

Outro ponto extremamente importante foi nossa roda antes de tocar. As palavras do Guga, entre lágrimas, emocionaram todos os presentes e provavelmente surpreenderam muitos ali.
Fiquei comovido.. conheço ele há 6 anos (indo pro sétimo ano) e sei do que ele falou ali... entendo as lágrimas, o sentido de fazer acontecer o maior grupo de maracatu do Sudeste, receber críticas, saber delas ou nem imaginar o quanto somos amados e odiados todo santo sábado.
Mano, é nois!

:D

E para o Bloco de Pedra...


SOU EU, SOU DO BLOCO DE PEDRA!
Valeu a todos os empenhados nessa viagem!

Poesia

Aqui tem um bando de bombo
E é tudo de macaíba
Aquele que acha que é pouco:
pega só uma e afina

Eu puxo até esticar,
Tem abê, caixa, gongue e djembê
Vamo, vamo meu povão
Não pára de tocar
Até o chão tremer


Mandarke, Gleds, Jota, Araká e mais quem tava encostado no carro da Letícia

Longe pra porra

Foi onde eu fui nesse final de semana.

Maiores infos em breve (meu dia foi completamente atrasado por conta de falhas técnicas no trampo)

Que memória, hein?


P
assando por cima de tudo o que está pipocando aqui dentro, vamos falar do passado (e depois do presente também! mudei de idéia enquanto escrevia)
Falemos mais especificamente em 07/05/05

Esta semana daquele ano foi aquilo que eu digo de intensa.. lembrando agora, entre os dias 23/04 a 23/05, foi TALVEZ a parte mais concentrada de energia que passei em 2005. Este ano foi muitíssimo intenso e lembro-me bem de muitas coisas.... términos, reecontros, amizades, retornos, trabalhos, shows, decepções mútuas, presentes, música...
Até cortando a linha de raciocíno do post, resumamos 2005 em alguns pontos:


03/01 - resgate de um gleds melancólico na rodovíária
25/01 - fiz a prova da ULM, mas não tinha vaga pra nível intermediário.
02/02 - dia de Iemanjá e dia da irmã das almas
21/04 - um dia pra se esquecer... alguém só não entrou em depressão por minha causa por algum milagre dos céus
23/04 - Dia de S. Jorge, dia de Cordel do Fogo Encantado em Paranapiacaba, dia de Lua Cheia em escorpião, dia de um "vale a pena" que dura até hoje, dia de uma pequenina decepção, dia de um sorriso inesquecível.
17/05 - primeiro show da Renata Rosa em SP. Vibrante, marcante, emocionante.
Algum dia de julho - reencontro e energia
Algum dia de agosto - briga feia
12/09 - briga, stress, lágrimas... mas dia de comemoração
13/09 - magia plena
Algum dia de dezembro - Confiança, atitude, trabalho, magia. Início de uma nova fase.


Enfim, o foco está abaixo.
Dia 07/05/05 foi um sábado, dia de oficina no Alvez Cruz. AInda éramos de certa forma conhecidos mais pelos chegados e por pessoas que conhecem pessoas de lá (hoje já temos o tal do pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas que são de lá).
Teve oficina do Mestre Afonso, do Leão Coroado. A Nação que eu mais simpatizo.
Voltando dois dias, teve oficina do Afonso pro Caracaxá lá no Centro Cultural Jabaquara. Falei com o Capitão e com o Chicão e tudo bem de eu participar (pensei: bom, no bloco vai ser um pouco mais complexo, pelo número de pessoas. Já no Caracaxá será melhor, pois o número de pessoas é menor e a assimilação de todos é praticamente igual).

Neste dia ganhei da irmã das almas um presente de muito apreço. E ela também ganhou um presente meu.
O presente que eu dei, ela perdeu uns meses depois.
O presente que ganhei perdi nessa semana, pouco antes de completar 4 anos.
Louco isso, né? diz algumas coisas também...

Voltando ao dia 07, a oficina correu muito bem, obrigado. Ao ir beber água, encontrei uma pessoa muito especial na escada da escola. Tinhamos um contato básico, nada demais ,e demos um abraço.
Naquele abraço, eu pensei "fudeu"...
A oficina foi pra praça e lá a executamos..., levamos os instrumentos pra escola e ,ao voltar pra praça e reencontrá-la, o abraço se repetiu e junto dele, a confirmação:

FU-DEU!

E de imaginar que nunca mais isso se repetiria... :)

Hoje faz 4 anos de uma estória quase decagonal. Muitas pessoas vão e vem, mas ela está sempre aqui dentro com uma lembrança doce, serena, amarga ás vezes qndo falta açúcar, porém viva.

Ela me faz acreditar que essas coisas não são por acaso e que devemos lutar pelos nossos sonhos, pelos nossos ideais, mesmo que ás vezes fugindo, mas com a consciência de que um dia tudo voltará e terá que ser enfrentado de frente.
Se "algum dia" você ler este post, lembre-se daquela menina de 4 anos atrás... e seja ela hoje! não por mim, mas por você e por todos ao seu redor. Busque a felicidade, corra, grite, esperneie, dance, dance mais, dance mais ainda, sorria, chore, dirija, viaje..

Mas seja você, a tigresa de sempre :)
Love ya, 4ever...


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Virada/Parada Cardíaca Cultural


Foi mais ou menos isso... rsrs


Foi extremamente louco tudo o que rolou... cansou muito, de verdade... mas aquela energia sobre o viaduto Sta. Ifigênia, o povo do Bloco todo empolgadíssimo, um cara do público gritando "nunca vi tanta testosterona reunida!!!!", o Zé do meu lado impressionado, como eu, com aquela energia, a ida e volta de metrô, a arrumação das alfaias, a dança, abês...

Master!

Depois, eu com minha intençã ode garoto cansado e querer ir pra casa, fui convencido sonoricamente pelo Caracaxá, Guem (vai tomar no cpu, seu filho duma puta! va itocar assim na casa do caralho!!!) e pelo Batuntan, fiquei lá até as 8:30.


Fomos tomar um café matinal (sim, nada de cerveja: vitamina mista e pão na chapa) e ainda fui ver o comecinho do Cordel (e encontrei a Lu, depois de anos-luz sem vê-la).
O Cordel já foi o que foi, hoje, é balada (uma pena, mesmo).
Cheguei em casa ,tomei banho e voltei pro sumaré.. fomos tocar na Brasilândia.
Arrastãozinho básico, simples, objetivo.. nada demais.
Voltamos e... show da Maria Rita.


Quando eu já estava indo pra casa e sonhando com minha cama, encontro o santo Jair e, pra variar... cerveja.
Cheguei em casa por volta das 23:30 e só acordei meio dia da segunda, mais que em cima do horário pro trampo.


Tudo isso envolto a mensagens no celular, batuque no metrô, caras feias, pessoas bêbadas. telefonemas do tipo "aonde você tá?? não to ouvindoooo" até uma série de "bom dia" que te deixa com o queixo caído, shows que dá vontade de ir cuidar de piscina, cuidar de jardi me largar meus djembês, mais batuques, olhares diversos, dúvidas diversas, possibilidades mais diversas ainda.

Rolou também algumas frases simples porém em um momento extremamente bad trip... já me desculpei, não foi por mal :)
Depois de tudo isso, realmente o campeonato invicto do Corinthians ficou em segundo plano, mas só no domingo.



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O Coringão voltou



Precisa de mais?


Não sei exatamente o que escrever. não quero desmerecer os outros times, como o Santos, que reagiu muito bem depois que o Mancini assumiu (estavam perigando mesmo não ir pras semis), ou o São Paulo (super ativo na Libertadores, sem estrelas, mas com um time compacto, bom de se ver), muito menos o Palmeiras (invicto por muito temp oe com uma campanha invejável) ou os outros times, como o Mirassol ,que surpreendeu, ou o Guarani, que infelizmente foi rebaixado.
O lance é que, depois do vexame do Dualib, uma série B, um vice da Copa do Brasil, um ano todo sendo ridicularizado por todos os times (e com razão), uma contratação bombástica que é citada como marketing puro, o time ainda conquista um campeontao onde estão os grandes times do Brasil, e de quebra, invicto?
Sem falar da tal contratação, que não fez apenas gols, deu show. Calou a boca de muitos, inclusive de torcedores corinthianos, foi decisivo, frio, mágico.
A torcida precisava disso, o futebol também.
Corinthians minha vida
Corinthians minha estória
Corinthians meu amor!
Termino aqui com o coração bem calmo, tranquilo ,aguardando o prazo de 2 semamans ,aguardando mais sorrisos, aguardando mensagens instantâneas inesperadas, telefonemas contraditórios, batuques calmantes, lágrimas enxugáveis, pés dançando em pleno anhangabaú ás 7 da manhã de um domingo, abraços amigáveis e confortantes e, acima de tudo:
Meu sorriso.
:D

emaranhado

Preciso de ao menos uns 10 posts pra poder explicar tudo o que passa nesta vasta careca brilhosa.. .rs

E foi mesmo


Antes da Virada... ...depois da Virada.
Amanhã, se eu acordar, escrevo meus pontos, minha sobre-vida, meus pedidos de desculpas (já efetudos porém formalizados no blog) e meu sono ,algo que eu não imaginava existir neste ponto atual.






Tenso!

Nem começou a Virada e eu já estou cansado, pode?
O pior disso é realmente não curtir nem 1/16 do que eu coloquei no post referente... se eu quiser curtir será na base do sacrifício.

Osso!

Nem a final do paulistinha eu vou ver...

Mas tocar na Virada é sempre algo inusitado, ainda mais um arrastão, no meio da galera... tumulto, dança, energia da rua, esquerda-direita juntas no centro... e depois no CEU, comunidade, simplicidade, novidade pra eles.
Bom, quer for ver as homenagens ao Raul, lembrem de mim ao ecoar o seguinte grito:

"Vê se me entende, olha o meu sapato novo,
minha calça colorida, o meu novo way of life.
Eu tô tão lindo, porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo.

O que eu quero eu vou conseguir.
Pois quando eu quero, todos querem,
Quando eu quero todo mundo pede mais,
E pede bis!

Eu tinha medo do seu medo do que eu faço,
medo de cair no laço que você me preparou.
Eu tinha medo de te que ir dormir mais cedo
numa cama que eu não gosto, só porque você mandou.

O que eu quero eu vou conseguir.
Pois quando eu quero, todos querem,
Quando eu quero todo mundo pede mais,
E pede bis!

Você é forte, mas eu sou muito mais lindo,
o meu cinto cintilante, a minha bota, o meu boné.
Não tenho pressa, tenho muita paciência,
É na esquina da falência que eu te pego pelo pé.


O que eu quero eu vou conseguir.
Pois quando eu quero, todos querem,
Quando eu quero todo mundo pede mais,
E pede bis!


Você é forte, faz o que deseja e quer,
Mas se assusta com o que eu faço, isso eu já posso ver.
E foi com isso, justamente que eu vi
maravilhoso aprendi que eu sou mais forte que você!

O que eu quero eu vou conseguir.
Pois quando eu quero, todos querem,
Quando eu quero todo mundo pede mais,
E pede bis!
E pede mais,
E pede bis!!



Amo muito tudo isso. E não é propaganda do Ronald.

Pros dias de hoje

Você me faz correr demais os riscos desta Highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta Highway
Ninguém por perto, o silêncio no deserto
Deserta Highway...
Estamos sós e nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber prá onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo, a lei
Da Infinita Highway...

Qando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, o medo dessa estrada
Olhe só, veja você...

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia
Era que algo me faltava

E à noite eu acordava banhado em suor...
Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da Infinita Highway
Highway!
Highway!...

Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota, será estrada, uma prisão?
Eu acho que sim
Você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão...

-Tudo bem, garota
Não adianta mesmo ser livre...
Se tanta gente vive
Sem ter como viver

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos prá estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte dessa Highway
Silenciosa, Highway!
Highway!...

Eu vejo o horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado

Mas a dúvida é o preço da pureza
E é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
Não corra, não morra
Não fume
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes...

Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional

Escute, garota, façamos um trato
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato

Eu posso ser um Beatle
Um beatnik,
ou um bitolado
Mas eu não sou ator, eu não tô à toa do teu lado...
Por isso garota façamos um pacto
De não usar a Highway prá causar impacto...
110, 120, 160
Só prá ver até quando o motor agüenta

Na boca em vez de um beijo
Um chiclete de menta
E a sombra do sorriso que eu deixei...
Numa das curvas da Highway.

Humberto Gessinger



Só para constar

Em um dia de mudança, até o banco em frente á Siberian do Shopping Paulista (segundo andar) mudou.

É, as coisas mudam. As pessoas, não.
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