Pois é, acabou.
O Cordel do Fogo Encantado veio como uma literal porrada nos meus ouvidos, numa época em que eu me aprofundava no vasto mundo percussivo, e conhecendo cada vez mais a cultura popular.
Antes da primeira audição, eu já tocava meus tambores por ai.. mas depois de ouvi-los, eu disse a mim mesmo: falta muito!!!!!
Quase no fim de 2002 uma menina me apresentou eles... falou muito sobre a banda e aquilo me deixou encafifado... fui na galeria do rock (!) e comprei o CD, emprestando a ela logo na primeira semana.
Valeu Lelê!
E justamente num dos shows no Sesc Pompéia reencontrei a atual companheira de aventuras, viagens, batucadas, furadas e otras coisitas mais.
Fico mais chateado pelo fato de ter a passagem pra Recife comprada e ter cancelado por conta do trampo... não me arrependo, porém fiquei sem ver a última grande apresentação deles no Marco Zero...
Enfim, o lance é passar uma esponja de rima nos ferimentos da alma e seguir em frente com o tambor ritmado e trompetes de guerra, bafo quente, vem poeira!
Foram muitas histórias que cercaram eles... frases de efeito que me lembram pessoas, como "vou cantar aquele som da gente" (Lelo e Carol), "Zabumba zunindo no colo de Deus" (Jamico e cia), e tantas outras que me lembram tantos outros momentos importantes, engraçados, intensos.. .sempre recheados de bons sentimentos...
"Nesse quarto de fogo solitário
No telhado, um letreiro esfumaçado
Candeeiro no peito iluminado
O cigarro no dedo incendiário
O cinzeiro esperando o comentário
Da palavra, carvão, fogo de vela
Meus dois olhos pregados na janela
Vendo a hora ela entrar nessa cidade
Tô fumando o cigarro da saudade
E a fumaça escrevendo o nome dela
O prazer de quem tem saudade
É saudade todo dia
Ela é maltratadeira
Além de ser matadeira
Ô saudade companheira
De quem não tem companhia...
Eu vou casar com a saudade
Numa madrugada fria
Na saúde, na doença
Na tristeza e na alegria
Quando o sono não chegar
No mais distante lugar
No deserto , beira-mar
Dia e noite, noite e dia!