Em tempo
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São crianças, como voces
(com licença em ter roubado a foto do ultrassom do álbum do Adriano, e me desculpando pelo teclado estar desconfigurado - acentos quase não existem aqui)
Acredito que, mesmo sendo o segredo mais intenso que qualquer pessoa pode carregar, a vontade de ser pai/mãe é algo que invade qualquer ser vivo.
Sim, ser vivo. Não apenas o ser humano homo sapiens como conhecemos, mas qualquer ser vivo sobre (até sob!) a Terra tem esse desejo.
Eu mesmo tenho essa vontade, mas sei da máxima "tudo ao seu tempo". Fazer filho é fácil, mas voce tem que saber escolher a hora (mesmo que seja algo inusitado), a pessoa certa, essas coisas... pra depois se preocupar em escolher nome, padrinhos, escola, fraldas...
Duas pessoas que gosto demais ganharam da velha cegonha este presente. Acordei exatamente ás 09:09 do dia 17/08 com uma mensagem "tem um sobrinho vindo ai", vinda da Fe. O sorriso e a satisfação de ver a felicidade dela na mensagem foram o bastante para que meu dia fosse mais feliz do que o habitual.
O papai fez até um blog falando da emoção e expectativa de ser pai. E de como isso mudou seus sentimentos (mudou não, de como os sentimentos afloraram com a aparição do pequerrucho).
Conheço a Fe há mais de 11 anos (11/02/1999) e o Dri há uns 6, 7 anos. Formam um dos casais mais completos que conheço: inteligencia, simplicidade, diversidade, alegria, maluquice...
E amor.
Ah, o amor!
Isso eles tem, e de monte!
Cheguei no casório deles (Out/2007 certo?) em cima da hora, mas pude pelo menos abraçar os noivos e desejar tudo de bom que a vida pode lhes proporcionar.. e olha que a vida vem proporcionando de verdade! um filho!
Do fundo do meu coração meus mais sinceros votos de felicidades pra voces. Não que o fato do filho tenha aumentado meus desejos, pois sempre foram os mais intensos possíveis... o lance é que um filho vem só pra fortalecer mais ainda a felicidade que a vida está colocando á frente de voces dois.
O tio careca está sempre aqui. As vezes ausente, confesso, mas saibam que voces dois tem cadeira cativa no meu coração (e agora com uma cadeirinha especialíssima também).
Se eu amo um casal, este casal é o Etlinger Zumbano.
É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer.
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr.
E assim chorando acalentar
O filho que eu quero ter.
Dorme meu pequenininho,
Dorme que a noite já vem.
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem.
De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar,
Quando eu chegar lá de onde vim.
Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim.
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim.
Dorme menino levado,
Dorme que a vida já vem.
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem.
Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu.
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz e me embalar
Num acalanto de adeus...
Dorme meu pai, sem cuidado.
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter...
Chico Buarque - O filho que eu quero ter
Eu continuo aqui, com meu trabalho e meus amigos.
Aula de Eletronica Digital (grande Prof. Jadir!), sexta-feira, por volta das 11:30.
Estava na sala de aula e duas amigas me chamaram (Hilde e Dani). Sai da sala e as duas ao mesmo tempo:
"O Renato Russo morreu!"
Eu olhei pras duas, parei... não que não tivesse acreditado, mas não havia entendido o que aquilo significava pra mim.
Elas me mostraram que todas as rádiso estavam tocando incessantemente Legião.
OK, voltei pra sala meio quieto mas ainda não sabendo o que havia rolado.
Alguns ali me perguntaram e eu disse o que havia rolado. Todos, sem excessão, vieram me perguntar se eu estava bem. E eu estava, ora! Sai ás 12:50 como todos os dias, e fui ao ponto de onibus sozinho, ouvindo meu walk-man. No caminho, lembro-me das palavras do locutor Zé Luiz:
"...o Renato, em uma de suas últimas canções, escreveu "e o brigdo por pensar em mim"... o Renato, que é isso! a gente que agradece do fundo de nossos corações pela grand eobra que voce nos deixou, por acompanhar efetivamente as mudanças de nosso país e por se tornar alguém tão importante na vida de todos nós..."
Ali, eu tive a noção do que estava acontecendo.
Algumas poucas lágrimas secas caíram, mas eu continuei. Chegando em casa, corri pra TV pra assistir o Jornal HOJE e, antes de chegar á sala, a imagem do meu irmão na cama, com os olhos vermelhos de choro, me perguntando "voce ficou sabendo?" e eu respondi com um sinal positivo com a cabeça... Cheguei na sala e lá todos os programas falavam da morte do Renato...
Não aguentei.
Chorei como se alguém tão próximo a mim houvesse me deixado... chorei, chorei e chorei... sem vergonha nenhuma de chorar por alguém que nunca soube da minha existencia, porém que escrevia como se soubesse.
Me troquei e voltei á escola, todo de preto (não foi de propósito, fui perceber no onibus). Chegando lá, a Alessandra e Marcela, chorando, vieram me abraçar.
A escola inteira respeitou nosso luto.
Eu, a Ale e a Má éramos uma espécie de "extensão" da Legião Urbana dentro da escola. Idéias para camisetas do show de lançamento, ideáis, pensamentos, tudo era na base da Legião Urbana. Até a galera mais trash metal veio trocar uma idéia comigo, e lembro da Andréa me falando "eu não gostava dele, achava a voz terrível, mas entendo a importancia de um ídolo. Se o Lars Ulrich (Metallica) morresse, eu ficaria igual ou pior que voce"
Desde pequeno ouvia Legião Urbana. O primeiro disco a entrar em casa foi o "Dois" (que sua resenha por myself está aqui mesmo). O "Que País é Este" entrou logo depois, e lembro-me bem daquele adesivo na contra-capa com os dizeres "Proibida a execução e radiodifusão de Conexão Amazonica e Faroeste Caboclo" por conta de "palavrões" e "citação ás drogas" (!). O "Quatro Estações" veio como um vulcão em erupção. No dia do lançamento de "Há Tempos" meu irmão me acordou ás 9 da manhã pra ouvir. Ouvi, virei pro lado e dormi de novo. Mal sabia o que estava por vir.
OK, sei que descobrir o amor com "Monte Castelo" é algo piegas demais, porém foi assim comigo. E todo esse disco me pegou de tal maneira que nem eu sei explicar. O "V" veio como algo muito esquisito... disco estranho, fechado, mas mesmo assim eu me identificava com muita coisa ali. "Metal Contra as Nuvens" é algo de quem e orgulho de cantar até hoje e me sentir bem.
Depois do "V", por ironia, conhecidencia ou pq era pra ser, ouvi pela primeira vez o "Legião Urbana". "Por Enquanto" marca pro ser algo tão experimental e ao mesmo tempo algo tão bonito, além de "Petróleo do Futuro" e "Teorema". O "Música para Acampamentos" demorou pra chegar em casa e eu demorei pra ouvir, mas depois da primeira audição quase fiz outro furo no disco de tanto ouvir "A Montanha Mágica" e "Baader-Meinhof Blues". O "Descobrimento do Brasil" chegou no Natal de 95. Meu irmão ganhou de presente e a primeira audição foi dia 24/12/94. Depois de algumas boas "ouvidas", foi extremamente bem digerido ("Perfeição" já estourava nas rádios).
A participação da Legião no Programa Livre e o show do Ibirapuera (ambos vistos por mim) foram eventos os quais só hoje eu tenho plena noção do que significaram. Mesmo sendo uma Legião diferente a cada disco, esses shows ficam na memória. Assisti também ao show de lançamento do "Quatro Estações" no Pq. Antárctica e do "V" em Santos, mas apenas poucos flashs dos shows veem na minha cabeça (eu era muito novo).
Meu irmão fez a questão de sumir com TODOS os vinis, porém eu já tinha meu dinheiro e comecei eu mesmo a adquirir minha coleção da Legião, agora em CD (ainda não masterizado). Comprei todos.