Sem liberdade para escolher, não pode haver moral verdadeira. O fato é que dentre nós tem hoje mais escolha livre do que supomos; muitos, porém, ainda temente aprisionados dentro de morais culturais, recusam-se a aceitar a utilidade da escolha moral. A maioria simplesmente não faz idéia do que seríamos capazes se fôssemos libertados de todas as restrições superpostas, assim imaginárias. Enquanto a nossa obediência a um código moral for automático. Enquanto nos recusarmos a virar-nos e a enfrentar nossas sombras - seja qual for a forma que possam assumir - não seremos.
Psicológica, bem como fisicamente falando, é verdade que quanto mais brilhante for a luz, tanto mais negra será a sombra. Traduzido em experiência prática, isso quer dizer que, quanto mais conscientes nos tornamos do nosso potencial criativo, tanto mais alertas devemos estar para os truques do nosso lado sombrio e tanto mais responsáveis devemos ser em relação a ele. À medida que se expande, a consciência se torna mais refinada, de modo que ficamos cada vez mais a par da nocividade potencial de qualquer palavra ou ato. Visto que todo impulso humano é essencialmente amoral, o que torna imoral uma ação instintiva é a sua inconsciência. Qualquer impulso que se manifeste inconscientemente é primitivo, descontrolado, compulsivo e, portanto, potencialmente nocivo.