O que não tem mais jeito de dissimular

(foto tirada pelo meu sobrinho - detalhe nas lentes dos óculos)

O fato de voltar ao trabalho ajudou (e muito) nas reclamações do dia-a-dia. Não ando mais xingando pelas esquinas, nem resmungando como um cão velho. Mas á noite as coisas voltam ao que eram.

O vazio volta. Chego em casa e a sinto como não sendo mais minha. Não me sinto confortável aqui. Não existem culpados, mas talvez um sentimento de me jogar definitivamente sozinho no mundo e seja lá o que eu quiser (não vou colocar Deus no meio, ele não tem nada haver com isso).
O trabalho pode não ser o que eu sempre sonhei, mas está ajudando muito nesse processo. Ando o dia inteiro, vejo pessoas, dou (muita) risada, aprendo coisas novas, ponho em prática coisas antigas quase esquecidas, enfim...

"O que vale a pena: viver ou saber que se está vivendo?"

De noite todos os gatos são pardos e eu não deixo de ser mais um.

Cancelei o Facebook pois me fazia mal.. me fazia lembrar de coisas que me deixam extremamente esperançoso mas ao mesmo tempo ,triste. Fotos, pessoas, feeds... de que adianta? a realidade é outra e eu tenho que aprender a viver assim. Tenho que (re)aprender a viver só.

Amigos? poucos sobreviveram e alguns apareceram. Isso é bom. Reciclar é preciso.


Vivo atualmente de afagos á distância, poucos caracteres, conversas online, sentimentos puros de julgamentos... mas ainda falta algo.
E esse algo eu nem sei onde posso achar. Mas.. pra que procurar? deixa vir, um dia aparece. Ou não.

Mas de uma coisa eu tenho certeza:
Uma arroba faz a diferença.



"O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz implorar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
"




choro todas as noites ao ouvir essa canção.

1 comentários:

Navarro disse...

Nossa... Você é mais eu do que eu imaginava.

E essa música...

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