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Tudo começou em 1990, quando meu padrinho quis me levar ao meu primeiro jogo de futebol.
Final do Brasileiro, Corinthians x São Paulo.

Eu, no auge dos meus 12 anos recém completos, lembro de pouca coisa.
Mas o que ficou marcado foi a Fiel Torcida, e aquele gol do Tupãzinho, claro.

Comemoramos como se nada mais existisse no mundo. Ali eu percebi que chorar por um time é coisa natural.
Vieram mais jogos, finais em que perdemos, jogos decisivos.
E em 98 eu estava lá, novamente. Eu e o bando de amigos loucos da escola.
Aquela tarde de domingo chuvosa no Morumbi nos consagrou bicampeões.

E em 99, eu também estava lá.

Noite fria, mas muito quente. Jogo truncado contra o Atlético-MG. Eles mereciam ganhar, mas aqui é Corinthians.
Tricampeão.

Em 2005 o jogo final foi em Goiás. Confesso que tive uma grande vontade de ir, porém toda aquela roubalheira me deixou de certa forma envergonhado. E acompanhei o jogo pela TV.
Somos tetra.

Neste domingo, aquela sensação de ir para mais uma decisão reacendeu dentro de mim. Acordar pensando com qual manto iria sofrer (sim, sofrer - comemorar título só quando o apito final ecoa), que horas sair ,que horas chegar...
Fomos em 4, como os mosqueteiros.
Chegando lá, aquele bando de loucos já insandecidos por tudo o que envolve este título.
Entramos e fomos pro camarote. Visão linda, porém longe do povo, longe do que a gente é.

E existe o bandeirão...

Quando a Gaviões astiou seu bandeirão por toda a extensão da arquibancada vermelha, meus olhos encheram de lágrimas. E de todos ao redor.
Era um misto de alegria, compaixão, felicidad epor estar ali, por ser Corinthians antes de qualquer coisa.

Começa o jogo, e a torcida não pára.

No momento que o Vasco fez o primeiro gol contra o Flamengo, ali pudemos ver que sim, o Palmeiras levou torcida.
Mas a nossa foi maior, e gritou mais alto.

Termina o primeiro tempo. Horrível.

Quinze minutos para começar os 45 mais agoniantes deste campeonato.

Começa o segundo tempo.

O chileno é expulso e tudo fica mais calmo.

O Flamengo empata e nós comemoramos. Muito.

Jorge Henrique nos faz lembrar Edílson contra o mesmo Palmeiras, em 99, na final do paulista que eu também presenciei.

5 minutos de acréscimo no Engenhão... e briga no Pacaembu.

Ainda teve os rojões que a torcida do Palmeiras lançou contra a arquibancada alvi-negra. Mas a PM segurou bem a onda.

Termina no Engenhão...
















Todos se entreolharam, e um falou - somos campeões.
Aos poucos, o estáadio virou uma coisa só. Não havia mais Corinthians x Palmeiras, não havia mais ninguém que tirasse este título da gente.

O mais merecido de todos.

Choramos abraçados, todos. Amigos, conhecidos, trabalhadores do estádio, desconhecidos...
Ao Alessandro levantar a taça, aquela sensação do "eu nunca vou te abandonar" voltou com muita força. Por que Corinthinas é isso: na vitória ou na derrota, na saúde ou na doença, na tristeza ou na alegria.

Ao meu lado existia um lugar reservado. Lugar este que continuará até encontrar alguém que mereça estar ao meu lado em momentos tão importantes como este. Amigos são sempre bem vindos.

Bebemos, comemoramos.


Assisti os vídeos do jogo, as matérias, a comemoração...


Porém o mais emocionante não foi o título, e sim ver mais de 30 mil pessoas com as mãos pra cima, punho cerrado, homenageando o Doutor.

Sim Sócrates, este título é mais que seu.


Pois como ele mesmo disse, "o Corinthians não é um time, é um estado de espírito".

Se ele quis morrer em um domingo com o Corinthians campeão, ele está feliz.



Obrigado Corinthians por ser tudo isso pra gente.

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