E dizem que a solidão até que me cai bem

Observação importante:
Apesar deste título ser algo extremamente triste, a intenção deste post NÃO é essa.





Desde pequeno sou um cara muito na minha. Eu era um daquelss gordinhos chatos da turma: não queria se misturar pra não ser zuado mas adorava ter a atenção da galera. Num dos inúmeros passeios da escola lembro bem que eu estava na janela agitando o ônibus, puxando aqueles gritos de guerra que só quando criança a gente puxa (hoje em dia é "bonde do não-sei-o-que-lá" e dai pra frente).
Já na adolescência, lembro também que eu estava com a galera na fila do Splash (Playcenter) e começou a cair uma chuca torrencial. Todos da fila ficaram quietos, tentando se proteger.. mas dai o maloqueiro aqui puxa o famoso e inevitável "chove chuva, chove sem parar". Isso foi o bastante pra incendiar todos e fizemos a balada ali mesmo.
Após passar pelas matinês na adolescência, comecei a sair na noite. As pessoas eram basicamente as mesmas e as baladas, idem: Over Night, Toco, Broadway, UP and Down, Contramão... bons tempos!

Comecei na música e vieram os shows... e quantos shows! me sinto privilegiado de assistir os shows de Nirvana, Guns na formação original, Aerosmith, Sepultura com os Cavalera, Raimundos, Legião Urbana, Titãs (completos!), Ultraje, Ira!, Live, Nenhum de Nós, Beastie Boys, James Brown, Pantera, Body Count, Creedance Clearwater Revisited, The Doors, Bjork, Belle and Sebastian, Sigur Ross (show esquisito da porra), Jamiroquai, Red Hot Chilli Peppers, Barão, Cássia Eller, Pearl Jam (lágrimas!), Marilyn Mason, Green Day, Cordel do Fogo Encantado, REM, U2, Rooling Stones, Madonna (The Girlie Show, em 94), Little Quail and The Mad Birds, Helmet, NOFX, Korn, O Grande Encontro, Chico Buarque, Gil, Caetano, Karnak, Chico Science e Nação Zumbi, Planet Hemp, Lenine, Zeca Baleiro, Rita Ribeiro, Arnaldo Antunes, Rita Lee, Lulu Santos, Barbatuques, Mombojó, Mestre Salu, Lobão, Kid Abelha, 365, Inocentes, Antônio Nóbrega, Demônios da Garoa, Lia de Itamaracá, Capital Inicial, Frejat, Fernanda Abreu, Jorge Benjor (Salve Jorge), Os Mutantes (o retorno há 2 anos com a Zélia Duncan nos vocais), Nando Reis, Nação Zumbi (já sem o Chico), Eric Clapton, Rush, Roger Waters...
Shows memoráveis....


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Um dia na escola, as meninas desenharam todos da escola numa cartolina gigante. Ali tinham todos os grupinhos, separados em cada extremo: os headbangers, os maconheiros, os "nada consta", as legais, as chatonas, as misses, as bruxas do mal, as fáceis (piriguetes hoje em dia) e tudo o que se possa imaginar numa escola de segundo grau.
Eu estava n odesenho, bem no centro, com várias setas interligando este careca aqui com todas as turmas.
Me disseram:

- Olha Gled! você está no centro de todas as turmas!

Eu olhei o desenho e dei muita risada.

Alguns minutos depois, eu falei:

- É Fê, eu estou interligado em todas as turmas... mas você percebeu que eu não tenho nenhuma turma? Ao mesmo tempo que me interligo em todas, não faço parte de nenhuma.

Segundos de silêncio....

A Fê concordou, e ficou quieta.


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Por todos os trabalhos que passei aprendi muita coisa e também criei muitos círculos de amizade. Boa parte dos shows acima foi com pessoas das empresas que eu trabalhei. As baladas também.
Porém... onde estão essas pessoas? cada u mtoma seu rumo, e eventualmente trombo alguém na rua ou no MSN, Orkut...

Hoje em dia estou isnerido em alguns meios. Tenho a Banda Macaxeira, tenho a Microsoft, tenh oa faculdade e tenho o Projeto Calo na Mão. Dentro desses lugares já me situo muito bem, só a faculdade que, por ser algo novo, estou me situando agora.

Usarei de exemplo o Projeto Calo na Mão. Sou um dos primeiros a frequentar aquele lugar e hoje sou um dos coordenadores. Se você chegar em u mgrupo de maracatu que conheça o projeto e falar meu nome, a probabilidade das pessoas saberem quem eu sou é grande.

Mas.. alguém me conhece?

Quero dizer que em todos os lugares que eu esto uinserido existem seus grupos, suas turmas, suas galeras, seus brothers, seus trutas... e eu continuo interligado a tudo isso.
Mas efetivamente não faço parte de nada.
Não é pra isso ser visto como algo ruim.. muito pelo contrário. Como citei nas primeiras linhas, sou um cara muito na minha, gosto de confete como todos e me coloco nesta posição de "isolado". Sou um cara extrovertido, gosto de falar sobre muitos assuntos, tenho meu mini fan-clube, tenho pessoas queridissimas ao meu lado dentre outras coisas.
Mas.. vejamos alguns exemplos.

Existem muitos grupos formados a partir do Bloco de Pedra: Mucambos de Raiz Nagô, Icamiabas, Baque Sinhá e mais algns que me fogem da memória. Estas pessoas, além de grupo, são uma galera, se falam ,saem durante a semana, tem coisas em comum e o encontro dessas pessoas é algo a ser festejado sempre.
Ontem por exemplo, noite de sábado com lua crescente, fiquei eu aqui assistindo Kill Bill II.

"porra Gleds, pára de lamentar!!!"


Antes que você pense isso, tenha certeza de que isso não é um lamento, mas sim algo que eu nunca expus abertamente. Quando o Baleiro canta "Minha Tribo Sou Eu", isso cabe perfeitamente a mim. Em muitas ocasiões eu não me dou chance de entrar nessas galeras, ou mesmo não acho preciso (essa merda de autosuficiência...). Ontem tinha uma balada irada com pessoas iradas, mas preferi ficar aqui e deixar que as turmas se sentissem bem, sem um ponto de interrogação ali, olhando para todos.

"Ohhhhh Gleds, tadinho!!!!"


Pelo amor de Deus, se você chegou até aqui e teve esse pensamento, leia de novo todo o texto.

Engraçado... agora aqui toca "trancado dentro de mim mesmo eu sou um canceriano (escorpiano) sem lar".

Enfim, lembro agora de outra do Raul:
"Desde aquele tempo enquanto o resto da turma se encontrava pra bater uma bola, eu pulava o muro com o Zezinho no fundo do quintal da escola"


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Não quero que as pessoas se prendam a mim , e muito menos quero prendê-las. Quero que as coisas fluam, quero sim ficar sozinho, mas também quero ter praonde fugir. Preciso de abrigo, e este vem sendo eu mesmo.
Pelo menos não ando fugindo de mim e estou assumindo todos os meus sentimentos, cada vez mais.
E isso dói.

Mas se eu sobrevivi até os 31, o que são mais 31, 32, 33, 34...?

Muita coisa ainda vem por ai.


Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa ?
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.


Acho que música nenhuma explica tão bem este post.
Todas as linhas.