Bem relativa esta pergunta.
Creio que depende muito do momento em que voce está. Em 5 minutos podemos fumar um cigarro, perder um onibus, atrasar algum compromisso, salvar uma vida, perder a sua, conhecer o amor da sua vida, constatar verdades ou mentiras, entrar em desespero ao olhar por cima uma prova na faculdade, ouvir uma música, configurar meu teclado para os acentos voltarem a funcionar, etc.
Dentro deste assunto, nao posso deixar de citar o livro "5 minutos" do Jose de Alencar.
Inicia-se a história, no Rio de Janeiro, quando o narrador perde o ônibus por um atraso de cinco minutos e é obrigado a pegar o próximo. Senta-se ao lado de uma mulher. Apaixona-se por ela, mas não vê seu rosto e teme que a mulher seja feia; ela parte pedindo que não a esqueça, mas ele a perde. Depois de um mês tentando descobrir quem é a amada, a encontra numa ópera (La Traviata, de Giuseppe Verdi), declara-se mas ela foge deixando um lenço cheio de lágrimas.
Depois de outros desencontros, finalmente o narrador conhece a mulher e declara-se. Por carta, ela revela que já o observava nos bailes, amava-o há tempos mas não podiam ficar juntos porque ela tinha uma doença incurável. Nesta mesma carta diz: Parti hoje para Petrópolis, sem previnir-te, e coloquei entre nós o espaço de vinte e quatro horas e uma distância de muitas léguas. No dia seguinte ela partiria para Europa junto de sua mãe. Ela pede ao narrador para que, com tranqüilidade, fosse até ela, se quisesse viver esse amor, mesmo com ela doente.
O narrador faz de tudo para ir atrás da sua amada e enfrenta diversos contratempos. Durante essa travessia, cita seu arrependimento por não ter tido a calma que Carlota recomendara: Pensava então que teria sido mais prudente esperar o dia seguinte e fazer uma viagem breve e rápida, do que sujeitar-me a mil contratempos e mil embaraços, que no fim de contas nada adiantavam.
De barco, se dirigiam à Glória, onde, por ser mais próximo da casa de Carlota, pretendia desembarcar. Porém quando passava diante da Ilha de Villegagnon, se viu diante do paquete inglês que estava a partir. Ele e Carlota deram um longo olhar. O narrador partiria no próximo paquete. Em todos os portos e lugares por onde o narrador passava haveria um bilhete de Carlota, que estava o esperando.
Se encontram enfim. Passam dez dias na Europa; à beira da morte, Carlota pede um beijo e no exato instante em que se beijam, por milagre, a moça se reanima e vive. Passam um ano na Europa, onde casam e montam casa num lugar retirado de Minas, numa provinciazinha.
Como se nota neste breve resumo, as decisões passionais, as curas impossíveis e tudo o mais que faz o leitor moderno (e mais exigente) sorrir-se de Alencar revela bem a primeira fase da prosa romântica à Goethe, inspirada no Sturm und Drang (ou tempestade e ímpeto).
No meu momento, estes "5 minutos" são uma coisa a qual não posso nem pensar. Na verdade, ando tendo "5 minutos" quase que diariamente... porém não surtem o efeito desejado.
Respondendo a pergunta, se me desse uns 5 minutos acredito que muita gente sairia machucada, porem eu seria o mais ferido de todos.
Pedi você
Prá esperar 5 minutos só
Você foi embora sem me atender
Não sabe o que perdeu
Pois você não viu, você não viu...
Como eu fiquei
Pedi você
Prá esperar 5 minutos só
Você foi embora, embora, embora
Sem me atender...
Pois você não viu...
Não sabe o que perdeu
Pois você não viu, não viu, não viu
Como eu fiquei
Dizem que foi chorando, sorrindo, cantando
Os meus amigos, meus amigos, até disseram
Que foi amando, amando
Pois você não sabe, você não sabe
E nunca, e nunca,
E nunca, e nunca,
E nunca, e nunca, e nunca
Vai saber porque
Pois você não sabe quanto vale 5 minutos, 5 minutos
Na vida
Cinco Minutos - Jorge Ben
(post baseado num comentario da Maria Clara, escrito no Facebook)
Creio que depende muito do momento em que voce está. Em 5 minutos podemos fumar um cigarro, perder um onibus, atrasar algum compromisso, salvar uma vida, perder a sua, conhecer o amor da sua vida, constatar verdades ou mentiras, entrar em desespero ao olhar por cima uma prova na faculdade, ouvir uma música, configurar meu teclado para os acentos voltarem a funcionar, etc.
Dentro deste assunto, nao posso deixar de citar o livro "5 minutos" do Jose de Alencar.
Inicia-se a história, no Rio de Janeiro, quando o narrador perde o ônibus por um atraso de cinco minutos e é obrigado a pegar o próximo. Senta-se ao lado de uma mulher. Apaixona-se por ela, mas não vê seu rosto e teme que a mulher seja feia; ela parte pedindo que não a esqueça, mas ele a perde. Depois de um mês tentando descobrir quem é a amada, a encontra numa ópera (La Traviata, de Giuseppe Verdi), declara-se mas ela foge deixando um lenço cheio de lágrimas.
Depois de outros desencontros, finalmente o narrador conhece a mulher e declara-se. Por carta, ela revela que já o observava nos bailes, amava-o há tempos mas não podiam ficar juntos porque ela tinha uma doença incurável. Nesta mesma carta diz: Parti hoje para Petrópolis, sem previnir-te, e coloquei entre nós o espaço de vinte e quatro horas e uma distância de muitas léguas. No dia seguinte ela partiria para Europa junto de sua mãe. Ela pede ao narrador para que, com tranqüilidade, fosse até ela, se quisesse viver esse amor, mesmo com ela doente.
O narrador faz de tudo para ir atrás da sua amada e enfrenta diversos contratempos. Durante essa travessia, cita seu arrependimento por não ter tido a calma que Carlota recomendara: Pensava então que teria sido mais prudente esperar o dia seguinte e fazer uma viagem breve e rápida, do que sujeitar-me a mil contratempos e mil embaraços, que no fim de contas nada adiantavam.
De barco, se dirigiam à Glória, onde, por ser mais próximo da casa de Carlota, pretendia desembarcar. Porém quando passava diante da Ilha de Villegagnon, se viu diante do paquete inglês que estava a partir. Ele e Carlota deram um longo olhar. O narrador partiria no próximo paquete. Em todos os portos e lugares por onde o narrador passava haveria um bilhete de Carlota, que estava o esperando.
Se encontram enfim. Passam dez dias na Europa; à beira da morte, Carlota pede um beijo e no exato instante em que se beijam, por milagre, a moça se reanima e vive. Passam um ano na Europa, onde casam e montam casa num lugar retirado de Minas, numa provinciazinha.
Como se nota neste breve resumo, as decisões passionais, as curas impossíveis e tudo o mais que faz o leitor moderno (e mais exigente) sorrir-se de Alencar revela bem a primeira fase da prosa romântica à Goethe, inspirada no Sturm und Drang (ou tempestade e ímpeto).
No meu momento, estes "5 minutos" são uma coisa a qual não posso nem pensar. Na verdade, ando tendo "5 minutos" quase que diariamente... porém não surtem o efeito desejado.
Respondendo a pergunta, se me desse uns 5 minutos acredito que muita gente sairia machucada, porem eu seria o mais ferido de todos.
Pedi você
Prá esperar 5 minutos só
Você foi embora sem me atender
Não sabe o que perdeu
Pois você não viu, você não viu...
Como eu fiquei
Pedi você
Prá esperar 5 minutos só
Você foi embora, embora, embora
Sem me atender...
Pois você não viu...
Não sabe o que perdeu
Pois você não viu, não viu, não viu
Como eu fiquei
Dizem que foi chorando, sorrindo, cantando
Os meus amigos, meus amigos, até disseram
Que foi amando, amando
Pois você não sabe, você não sabe
E nunca, e nunca,
E nunca, e nunca,
E nunca, e nunca, e nunca
Vai saber porque
Pois você não sabe quanto vale 5 minutos, 5 minutos
Na vida
Cinco Minutos - Jorge Ben
(post baseado num comentario da Maria Clara, escrito no Facebook)
2 comentários:
Olha que loucura: escrevi sobre 5 minutos aqueles de quando temos um chilique e fazemos algo que sempre quisemos, mas nunca tivemos coragem,sabe?
Você interpretou de outro modo, não pior e nem melhor e pensou em coisas incríveis como José de Alencar e Goethe. Acho que agora, pensando bem, se me desse uns 5 minutos eu pararia pra ler um livro. E você deve imaginar o porque.
Beijos, Maria Clara.
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