Ô que baque é esse que eu tô escutando?






Efetivamente, há 11 anos eu trabalho com a cultura popular brasileira.

A conheço há 13, num arrastão de maracatu que houve na Vila Madalena, com o extinto grupo Olho da Rua.

No
Projeto Calo na Mão são 8 anos completos, partindo para o nono ano, onde tive "férias" por 6 meses (por conta de trabalhos e etc).



Integrante do grupo Viralatisse, o responsável pela manutenção do Projeto e do Bloco de Pedra.

Grupo Caranguejeira... o início de tudo. Onde o meu corpo encontrou as peles de cabra, as peles sintéticas, as baquetas, os talabartes, os calos, o suor.

Mangangá... TUDO, menos maracatu.



O prazer.

Nestes anos, contato direto com mestres de maracatu, batuqueiros, pessoas envolvidas em geral.



Quantidade?

Foda-se. O que me importa é qualidade e a intenção.


Nenhum instrumento me apetece em especial. A alfaia tem seu encanto natural; o gonguê é único; a caixa é suingue puro; o agbê dá o charme e os tambores de mão faíscam energia pura.

Uma nação?

Maracatu Leão Coroado, serm pestanejar.

Mas todas as outras tem seu espaço no meu toque.


Estrela Brilhante de Recife = o BOPE do maracatu

Estrela Brilhante de Igarassu = dignidade, tradição, felicidade.

Nação Porto Rico = magia, mistério, paz.

Nação Encanto da Alegria = o nome diz tudo.

Nação Gato Preto = simples, porém forte e direto.

Nação Cambinda Estrela = marginalizada por alguns, respeitada por mim.

Nação Encanto do Pina = braço do Porto Rico, conduzida pela grande mestra Joanna

Nação Elefante = pura história de nossos antepassados.

Dentre muitas outras, como Maracatu Nação Axé da Lua, Nação Sol Nascente, Nação Aurora Africana, Nação de Luanda, Nação Leão da Campina, Nação Estrela Dalva, Nação Oxum Mirim, Nação Linda Flor, Nação Encanto do Dendê, Nação Raizes de Pai Adão, Nação Leão de Judá, Nação Estrela d
e Olinda... e mais outras que não vem agora na memória.

Cada uma com sua história, seu toque.

Uma ou outra acolhida no Museu do Homem do Nordeste.

Não tem problema.

E ainda tenho os cavalos-marinhos, os caboclinhos, os milhares de côcos, os afoxés, os bois do maranhão, os tambores de crioula, os baque soltos, os ternos de congo, os sambas-de-bumbo, os jongos, os moçambiques, os cirandeiros, os batuques de umbigada, os sambas diversos (caboclo, cabula, recôncavo baiano e afins)...

Ontem conversando com amigos que dividem momentos únicos dentro destes 8 anos, um deles falou:

" é isso ai mesmo, nós vamos levantar o maracatu, porque afinal somos um bando de negrões que voltamos só pra continuar o que a gente fazia séculos atrás"




(segundos de silêncio)





Quem entende isso?
Poucos.

Quem respeita isso?
Nem todos.

E isso é uma pena pra quem?
Pra mim que não é.



Tente se lembrar:

O que você estava fazendo há 11 anos?



(e aceito respostas nos comentários)

1 comentários:

Lisa Nunes disse...

Eu amo 'maracatu', em especial dos pernambucanos Chico Sais, a batida do Mombojó é algo que sacode por dentro, faz a gente se mexer mesmo sem poder.Ah! tbém gosto do Nação zumbi

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