(Av. Paulista, esquina com R. Bela Cintra - 17:05)
Meu coração vive em eterna discussão: a busca pelo conforto sem deixar de querer alguma aventura. Aos 13 experimentei o gosto e tive a nítida certeza: é o que eu quero para a minha vida.
Dentro de todos estes anos que se passaram eu entendi e desentendi meu coração. Deixei ele de castigo, busquei alívio ou algo que o deixasse em paz e N motivos para que ele não pulsasse mais forte do que eu poderia aguentar.
Passeando pela matriz desta filial, encontrei uma frase interessante:
"Meu coração tem um cantinho onde guardo os amores todos que eu já cantei. E um outro canto (enorme) onde aguardo os mil amores que ainda cantarei. "
Esta frase se encaixa muito em vários contextos. Teve uma época que acreditei que iria casar e ter 4 filhos; noutra época imaginava envelhecer solteiro porém tendo vivido demais a vida. Hoje, 18 anos após meu coração despertar, ele só pede felicidade.
Estou num momento bastante intenso. As pessoas ao redor fazem toda diferença.
Ontem pela manhã como dito no blog, algo sutil, novo, inesperado, simples... algo muito bom.
Hoje entrei no metro e percebi que ele estava mais bonito que o habitual. As estações foram vindo e as pessoas mudando.
Na estação Carandiru uma jovem entrou no vagão. O meu olhar a acompanhou por alguns segundos. Mudei a canção do Iphone e quando voltei meu olhar, ele estava sendo retribuído.
As estações passando e os olhares, por vezes tímidos ou enigmáticos, se repetiam. Estavamos relativamente longe, porém ao ceder lugar para uma senhora, ficamos mais próximos. Ela falava ao celular como se resolvesse algum problema ou uma conversa muito importante, e eu mantinha meus ouvidos atentos a musica (lembro-me bem de ouvir "O Seu Olhar" do Arnaldo).
Estudos de metafísica indicam que quando uma mulher mexe muito o cabelo significa que a mesma esta dando atenção. Se isso for verdadeiro, o corpo realmente me deu este aviso.
Ela desceu uma estação antes de mim, mas ao menos um "tenha um dia tão lindo quanto seus olhos" eu pude lhe oferecer. Ela sorriu como se precisasse daquilo naquele momento e desejou o mesmo.
O órgão que pulsa aqui dentro sorriu e me comentou "isso ai, garoto!"
E mesmo ele estando completamente bobo, paralisado e ciente de seus sentimentos, se sentiu vivo.
E feliz.
Meu coração atingiu a maioridade.
Alguns dias atrás ele renegava tudo o que hoje canta aos quatro cantos, feliz e contente. Acredito que por pensar que o lugar pra onde está sendo despendido esse sentimento não fosse um lugar seguro, até mesmo merecedor dele. Mas ele não está nem ai, quer mesmo sentir ciúmes, saudades, tesão, dor, alegria.. quer viver isso.
"Isso"está dentro do espaço reservado para os mil amores que eu ainda cantarei. Sendo o último ou não, quero é viver.
Outra frase diretamente da matriz:
"O coração tem que ser livre, mas não livre como um táxi — que só está livre quando está vazio. Não me refiro a um coração vazio. Um coração vazio é muito triste... O que proponho, sinceramente, é que teu coração deve ser como um jardim: quanto mais flores você nele plantar, mais bonito ele fica. Basta que nenhuma delas seja carnívora, que nenhuma seja violenta, exclusivista, ciumenta ou possessiva. Basta que todas as flores convivam entre si, em harmonia, e que você ame todas elas incondicionalmente, sem apego e sem pressões.
Teu coração tem que ser livre como um jardim."
Acho que entendi uma coisa: meu coração sempre esteve cheio... ora por sentimentos mesquinhos, ora por coisas inexplicaveis, ora por vontades absurdas.
Hoje entendo que ele sempre esteve cheio.
E, principalmente HOJE, pulsa como nunca.
Bem, o importante é ir em busca do sol, como a foto deste post. E é muito bom ter força de vontade para isso.
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